Wednesday, September 29, 2004

"A arte é o orgasmo contínuo da inteligência " (Tadany Cargnin dos Santos)

Poema L

Como a lua invadindo o céu de verão
Adentro excitadamente teu tesão
Como uma onda quebrando na praia
Prazeirosamente espalha-se o líquido de nossa excitação. (Tadany Cargnin dos Santos – 29 09 04)

Poema XIL

Quem procura sempre alcança
O que se destina a encontrar
E quem corre sempre cansa
Mas contente por um destino buscar. (Tadany Cargnin dos Santos – 29 09 04)


Pedaços

Sol da meia noite que reflete no teu amor
Apalpando a pupila do prazer
Gotas de chuva que umedecem teu calor
Que atinge seu ápice nos limites do amanhecer

Taças de champgne que borbulham teu pensamento
Levitando-a ao topo da montanha
Fumaças de incenso que flutuam no firmamento
E formam tua imagem numa esplêndida façanha

Fenômenos metafísicos que te eternizam
Cores, ondas, imagens e energia
Brevedade de sensações que polarizam
A tua presença nesta alegoria. (Tadany Cargnin dos Santos – 29 09 04)

Sunday, September 26, 2004

Criação do Universo

Então ele estendeu a mão e começou a criação
Criou os planetas, as estrelas, os cometas e os astros
Espalhou árvores, rios, oceanos, campos e plantações
E também criou animais, pessoas, moléculas e pássaros

E seu compasso seguiu orientando a circunferência
Dando conteúdo significativo à obra suprema
Estipulando as leis que governariam a existência
Através dos seus símbolos, modelos e emblemas

E o seu olho imaginou a magnificência da conduta
Inventando os valores, dogmas e estatutos
Formando uma alma íntegra, disciplinada e astuta
Para compartilhar modelos com seus irmãos

E no pináculo de sua imaginação
Ele disse que o que o ser pedir será entregado
Sempre que o pedido seja ético e feito com devoção
E que visualize a paz e o desenvolvimento combinados.

Depois ele pensou que as bases estavam preparadas
E que dependia dos seres coordenarem a sua evolução
Interagindo de uma maneira harmônica e integrada
Sendo sempre guiado pelo mais íntimo do coração. (Tadany Cargnin dos Santos – 26 09 04)

Procurando

Nos sonhos criei a companheira perfeita
Mas a realidade me ensinou um mundo diferente
Chorei com o coração por tamanha desfeita
Por enganar-me e tornar-me descrente

E a solidão ratificou o ditado popular
Mais vale só que mal acompanhado
Pois a companheira errada só nos faz chorar
E nos abandona deixando o sonho nublado

Mas a crença na existência do amor incondicional
É a fonte de energias para seguir tentando
Até que chegue o esperado momento crucial
Onde nossas almas seguirão juntas caminhando. (Tadany Cargnin dos Santos – 26 09 04)

Encruzilhadas

Há caminhos tortuosos que a vida apresenta
Nos trevos da vida não se sabe a direção
A consciência vive uma diária tormenta
Por ter muita dúvida e indecisão

O pensamento volta sempre ao mesmo problema
A rotina mata o desejo e oprime a vontade
Parece ser a repetição do eterno tema
Que infiltra no corpo e traz ansiedade

Infinito desejo de estar seguro sobre cada assunto
Mas a imaginação nos apresenta várias possibilidades
O importante é tentar e seguir sempre astuto
Pois todos os caminhos levam à divindade. (Tadany Cargnin dos Santos – 26 09 04)

Wednesday, September 22, 2004

A Fonte

Da fonte jorram sorrisos
Arco-íris de olhares formam-se no ar
Gotas de silêncio caem no piso
Humidades de beleza formam o lugar

Pássaros fazem da fonte seu descanso
Pequenos insetos celebram sua festa
Sois do parque o eterno remanso
Onde o sossego se manifesta

Líquido acumulando energias
Uma presa de profecias reveladoras
Concentrando uma transcendente antropologia
Sêmem antídoto da pandora

E sigues jorrando e jorrando
Astros, luas e primaveras
Cantinho onde o casal segue se amando
E o estado de nirvana reina deveras. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 09 04)

Tuesday, September 21, 2004

Sereia

Sentado na beira da praia
Vendo as ondas quebrarem na areia
Observando aquela sensual saia
Sendo levada por uma sereia

Olhar meloso, profundo e sedutor
Lábios torneados, carnudos e húmidos
Seios redondos, curvilíneos e cheio de ardor
Delicados pés que afagam o chão cálido

Enigmática visão de tamanha beleza
Uma deusa em forma humana
Flutua em frente aos olhos com leveza
Flor de lótus em plena savana

Braços e mãos dirigindo a orquestra natural
Pélvis guardando o oráculo do amor
Nádegas numa sincronização magistral
Pernas sonhos de um compositor

Curvas moldadas com a inspiração do artista
Longos cabelos negros livremente ao léu
Iluminação profética e renascentista
Mulher, deusa, terra, sonho ou céu. (Tadany Cargnin dos Santos – 21 09 04)

La ausencia de tenerte

¿En qué rincón esconderé mi alma
para que no vea tu ausencia
que como un sol terrible, sin ocaso,
brilla definitiva y despiadada?
Tu ausencia me rodea
como la cuerda a la garganta.

Y sin embargo,
entre mi amor y yo se levantan las noches como paredes,
y el mar es una magia entre nosotros.

Habrá recuerdos,
hay recuerdos,
sólo espero las noches para mirarte,
y sin embargo, sé que estoy viendo y perdiendo...
Es el amor. Tendré que ocultarme o que huir.

Y es, ya lo sé, el amor, la ansiedad y el alivio de oír tu voz,
la espera y la memoria, el horror de vivir en lo sucesivo.
Es el amor con sus mitologías, con sus pequeñas magias inútiles.

Pero también es amor, la tolerancia...
Porque se ama sin condición y sin sazón,
Y se ama también, cuando hay que decir adios. (Edna Vázquez Pérez)

Saturday, September 18, 2004

Amor

Não estou a procura de uma amor estilizado
Um ser que acredite na beleza dos domingos
O amor perfeito não está contemplado

Não acredito num amor que mate
Um ser cujo calor arda mais que fogo
As feridas de amor não costura um alfaiate

Não sei como definir o amor
Que é tão relativo quanto um olhar
E que provoca alucinações e terror

Não quero o amor forçado
Que vem com o corpo e não com a alma
O amor sincero deve ser doado.

Amor, amor, amor
Uma só palavra sem nenhuma explicação
Mas sentirte por um segundo é um eterno louvor. (Tadany Cargnin dos Santos – 18 09 04)

A Mente

Não existe mais opressora prisão
Que a mente humana
Que enclausura a imaginação
Restringido-a a uma matriz profana

A mente insana é o veneno que mata
É Dionísio reinando
É a serpente tocando a flauta
É o mundo se acabando

Mente porque não anulas
Dos teus lóbulos aprisionados
A restrição que te burlas
E viajes ao paraíso contemplado. (Tadany Cargnin dos Santos – 18 09 04)

Uma breve parada

O trem chega na estação
No letreiro está escrito ¨Decadência¨
Cidade capital da depravação
Onde se pode atuar com indescência

A avareza é uma virtude admirada
Dos rostos emana a lúxuria
No parque caminha uma alma penada
E as conquistas são feitas com fúria

Cultura vanguardista da vaidade
Odores e interações coléricos
Sentimentos beirando a insanidade
Olhos vagando nos periféricos

Lugar para valorizar a preguiça
Ópio negro enrustido de aromas
Luta eterna motor da cobiça
Desejo de dormir entre plumas

O brasão citadino é uma tarântula
Os seres se confundem com animais
Expressão adiposa em forma de gula
Visões paradisíacas de entranhas infernais

Mas o trem não pode parar
E segue rumo a próxima estação
Curioso pelo que irá encontrar
Sonhos, desejos ou imaginação. (Tadany Cargnin dos Santos – 18 09 04)


Tristeza

Talvez um dia a trizteza vá embora
E nos meus olhos não seja mais notada
Tornando-se uma lembrança de outrora
Que muitas vezes deixou minha alma destroçada

Quando você chega é como um furacão
Que destrói tudo sem piedade
Deixando um rastro de devastação
Que transforma a aurora em calamidade

Certamente quando partires
Levarás contigo muita atrocidade
Deveras serei contente quando ires
Mas também tristeza, sentirei saudades. (Tadany Cargnin dos Santos – 18 09 04)

Friday, September 17, 2004

Notícia Matutina

Hoje pela manhã, a melhor notícia que recebi não escutei pelo rádio, nem vi na televisão, estava lá fora, brilhando e esperando-nos sem que tivessemos pedido, isto é, a linda notícia que recebi foi a despertar e ver que o sol já estava lá para iluminar mais um dia de nossas vidas. (Tadany Cargnin dos Santos – 17 09 04)

Visões I

A árvore observava a cidade
Tinha um olhar forte e maquiavélico
Como se predestinasse uma maldade
Queimando com seu olhar tétrico

Ela se formava com o céu por detrás
Como que ignorando o azul celeste
De repente desapareceu esta imagem mordaz
Deixando as folhas secas como o agreste. (Tadany Cargnin dos Santos – 17 09 04)

Thursday, September 16, 2004

Lua Mágica

Vagando à noite pelo auto-estrada
Vultos de silhuetas tomam forma
Ao longe uma fogueira apagada
Serpentes vagam pela plataforma

Os cactus dançam à luz da lua
Lobos uivam em dó maior
A feitiçeira profetiza nua
E os anjos brilham com ardor

O guerreiro caminha com coragem
E o xamã purifica o ambiente
Esplendorosa toda esta imagem
Que irradia a alma e impregna a mente

Até que a lua começa a despedir-se
Para continuar sua jornada
De no outro lado do planeta emergir-se
Para iluminar outras moradas. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Sem Rima

Quanta fé se encontra num coração puro
Quanta esperança se encontra num olho brilhante
Quanta paciência se encontra nos passos calmos
Quanta verdade se encontra nos atos constantes

Quanta alegria se encontra no amor
Quanta tolêrancia se encontra numa Mãe
Quanta harmonia se encontra numa floresta
Quanta honra se encontra no respeito

Quanta informação se encontra num símbolo
Quanta concentração se encontra numa disciplina
Quanta paz se encontra numa Avó
Quanta mudança se encontra nos sonhos

Quanta beleza se encontra numa flôr
Quanta transformação se encontra numa Lua
Quanta estabilidade se encontra na alma
Quanta bendição existe em Deus. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Relatividade da vida

Aprendi a suspeitar do infinito
Quando vi a alma abandonar o corpo
Deixando apenas dores e gritos
Enterrados num futuro agora morto

Aprendi a acreditar no infinito
Quando vi a alma sorrindo noutra dimensão
Vagando por um mundo bonito
Alçando níveis de evolução

Aprendi com o casamento do corpo com a alma
Que a verdade é relativa e tendenciosa
Pois delimita uma percepção holística
E que a certeza é uma doença perniciosa. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Sapatos

Levantou-se pela manhã cheio de gosto
E saiu peregrinar numa aventura
Sem destino predisposto
Seguindo os impulsos de sua loucura

Visitou lugares remotos e insólitos
Subiu montanhas e atravessou rios
Passou por campos e vales bucólicos
E enfrentou os percalços com muito brio

Entrou em museus e galerias
Descansou em parques e templos
Intermináveis ascensos em escadarias
Andou em ônibus, aviões e metrôs

Sentiu a aridez do deserto e o calor do mar
O frio da neve e a humidade dos trópicos
Estava sempre pronto para continuar
Pois adorava tudo por ser eclético

Eternas palavras de agredecimento
Escrevo para ti com todo carinho
Sapatos, companheiro de todos os momentos
Que não sois mais sapatos, sois caminho. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

The Eterno

Num impressionante dia de calor
There was a standing warrior
Contemplando o entardecer
Sweating the aroma of a lover
Antes de recomeçar a mover
Because his true heart is a wanderer. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Poema XLVII

I am not insane
There is no more strain
It is gone with the train. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Poema XLVIII

Sexo disfarçado de amor
Amor disfarcado de sexo
Sorriso disfarçado de dor
Dor disfarçada de sorriro (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Poema XLVI

Thanks the rain
For coming again
You’ve washed away my pain. (Tadany Cargnin dos Santos – 16 09 04)

Monday, September 13, 2004

Arco-Íris

Corrí até o fim do arco-íris
Para ver se encontrava o pote de ouro
Mas encontrei um desenho em matriz
Que descrevia um futuro vindouro

Eram milhares de cores em harmonia
Que se transformavam em orações
As quais li com muita euforia
Memorizando e pensando naquelas citações

Dizia a primeira que ninguém é estrangeiro
Porque todos nascemos de um mesmo ventre
Que os vegetais cresçem em qualquer canteiro
E que o passado e o futuro devem ser eternizados no presente

Li que a aurora é mágica em qualquer continente
E que uma lágrima de mulher eterniza um sentimento
Dizia também que há apenas um Deus existente
E que a dor e a amargura se disfarçam num convento

Outra cor falava da beleza das crianças
Que carregam consigo as visões do amanhã
Também dizia que a liberdade é a bem-aventurança
E a nossa mais querida irmã

Eram tantas cores e mensagens
Que a mente transmutou a um mundo imaginário
Onde a interação fluía instigante numa viagem
Cujo universo tinha dois lados como um escapulário

Assim segui aprendendo do caleidoscópio
Até que a chuva o levou consigo
Mas deixastas marcas bonitas Ser Inócuo
Espero ver-te novamente meu eterno amigo. (Tadany Cargnin dos Santos 13 09 04)

Sunday, September 12, 2004

Reflexões

Onde foi parar a moral?
Como ensinar os bons costumes?
Porque existe tanto ruído no mal?
Comment vous vous s´appellez?

Porque o narcisismo persiste?
Onde Atenas foi se esconder?
Porque todo poeta é triste?
Como aprender a arte do bem viver?

Como ser sereno como o pescador?
Porque a religião engana?
Onde foi o peregrino do amor?
Porque a política é leviana?

Qual a relação entre filosofia e vida?
Qual a conexão entre suor e lágrimas?
Porque é tão difícil cicatrizar a ferida?
Porque a atenção reside nos carismas?

Porque tudo se criou em sete dias?
Porque o universo é infinito?
Onde está o berço da real alegria?
Qual a diferença entre belo e bonito? (Tadany Cargnin dos Santos – 12 09 04)

Saturday, September 11, 2004

Poema XLVII

As plantas necessitam água para florescer
As crianças necessitam amor para crescer
Os animais necessitam respeito para viver
Os homens necessitam paz para renascer. (Tadany Cargnin dos Santos – 12 09 08)

Natureza Pródiga

Manhã que desperta com teus olhos
Lua que se abre com teu coração
Sol que emana calor dos teus poros
Céu que demonstra tua imensidão. (Tadany Cargnin dos Santos – 12 09 08)


Poema XLV

Tristeza que corre no riacho
Abundas no bosque brilhante
Semeias o polén do cacho
Pureza num movimento andante. (Tadany Cargnin dos Santos – 12 09 08)

Magnifique

O som do violino flui suave no ar
Esplêndida interação com o momento
As plantas dançam com o vento a soprar
Os pássaros flutuam em harmonia com o relento

O pensar desvai-se do corpo físico
E navega na beleza da imaginação
Transportando-se a um mundo místico
De magia, liberdade, transcendências e emoção

O oxigênio jorra pelas veias
Carregando energia em forma de hemoglobina
Como uma aranha que constrói sua teia
O sangue viaja pelo corpo com disciplina

Os músculos interagem numa sincronia
Dando forma aos movimentos do corpo
Encantador encontro de harmonia
De saltos, passos e gestos absortos

Os órgãos engendrandam-se em sua originalidade
Fazendo da interação a valsa do acontecer
Onde a representação de cada individualidade
Transforma-se na magnificência do florescer

Inexplicável representação vital
Inesgotável oceâno de prazer
Laços encontrados na entrada do portal
Maravilhosa sensação a de viver. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XLIV

O exército luta para sobreviver
A igreja vive para corromper
O governo manipula para crescer
E o povo passa sem a essa dinâmica entender. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XLIII

A monarquia morreu por ignorância
Por perder as qualidades do poder
Valores que se adquirem na infância
Ou pela manhã antes do amanhecer. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XLII

Os subalternos nascem para servir
Os mentirosos actuam com convicção
O exército se instala para destruir
Um sistema único nem sempre é a solução. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XLI

A compaixão é a mazela do desenvolvimento
O ódio é um líquido que arde como fogo
A liberdade é uma arma que o dono não tem conhecimento
A crueldade é o motor de todo o jogo. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XL

Os atos importantes acontecem atrás do palco
As decisões relevantes são feitas por uma pessoa
As massas absorvem a direção suave como talco
E não vêem a chuva porque pensam que é uma garoa. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)

Poema XXXIX

Sentar no palanque do conhecimento
Pode fechar a porta da absorção
E perder o importante dos acontecimentos
E a noção de mundo e sua interação. (Tadany Cargnin dos Santos – 11 09 04)