Monday, April 25, 2005


Costumes almejáveis

Hábitos para o Homem
Que o beber seja frequente
Que o alimento seja apenas na fome
Que o sonhar seja eternamente
Que Deus seja o único ícone
Que a sabedoria seja procurada diligentemente. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)


Poema CLX

Se tudo é energia na matéria
Apenas a unidade é veraz
É a Antártica conectada à Nigéria
É o homem com o seu ecossistema, vivendo em paz. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)


A Janela

Através do delgado buraco na janela
Sopra suavemente o vento minuano
Inundando de harmonia a pequena cancela
Do ente que deseja libertar-se do mundano. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)


Desvinculando

As grades que aprisionam a minha liberdade
Não estavam conectadas com nenhum dogma social
Não se encontravam em nenhum lugar na humanidade
Estavam sendo nutridas pelo meu âmago animal

Oxalá um dia eu consiga moldar essa irracionalidade
Criando uma sólida estrutura recheada de razão
Que me guie na senda que leva à eternidade
Buscando os tesouros que existem no plano da evolução. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)

Rio Guaíba

Sulcos de ondas preenchem o véu do rio
Cromatizando a paisagem lúdica
E o barco segue criando com pomposo brio
A onda infinita, posto que é única. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)

Poema CLVIII

Que vasto é o planalto do desejo
Que seduz a mente sedendo às volúpias do prazer
Que fraca é a mente humana
Que se deixa levar por tão efêmero querer. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)


Harmonizando

O corpo humano é como um violão
Se você esticar demais a corda
Certamente criarás tensão
Se você deixá-la muito solta
Indubitavelmente criarás inanição
Mas, se você afiná-la harmonicamente
Deveras criarás perfeição. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)


Poema CLIX

A carne que come a carne
É verme que come verme
Esse canibalismo é o cerne
De uma antropofagia solene. (Tadany Cargnin dos Santos – 22 04 05)

Ilimitado

Com o verbo
Veio a criação
Com a palavra
Veio a conservação
Com o Homem
Virá a destruição
Este fim
É parte da evolução. (Tadany Cargnin dos Santos – 21 04 05)

Friday, April 15, 2005


Diva XIV

Ainda lembro daqueles dias
Quando flores eu te entregava com o pensamento
Quando ao nascer da lua tu sempre sorrias
Quando nossos planos eram para cada momento

Ainda lembro daquelas madrugadas
Quando dormia com teu nome em meus lábios
Quando nos amavamos na beira da estrada
Quando nos perdíamos a entender provérbios

Ainda lembro daquelas tardes
Quando caminhávamos de mãos dadas pela praça
Quando líamos o futuro nas folhas dos sempre-verdes
Quando a tua presença recheava o ambiente de graça

Ainda lembro daquele tempo
Quando erguíamos uma bandeira contra as guerras
Quando o amor era o nosso único sentimento
Quando não acreditávamos em fronteiras em nossas terras

Hoje aqueles sentimentos que nos faziam felizes
Transformaram-se numa lembrança terna
De uma árvore que brotou profundas raizes
De uma vertente que virou uma transcendente cisterna

E já não sei se você ainda olha para a lua
Se os beijos que hoje recebes são de amor
Se ainda flutuas pela casa em tua presença nua
Se buscas a paz com todo o teu ardor

Mas sempre penso naqueles momentos
Onde, de dois pólens, brotamos numa mesma flôr
E sempre desejo que estejas ávida de sentimentos
E que, em outros braços, tenhas encontrado novamente o amor. (Tadany Cargnin dos Santos – 13 04 05)


Poema CLV

Quando escrevo certos poemas
Não penseis que desejo profetizar
Apenas vejo alguns princípios num esquema
Onde a verdade deseja se exaltar. (Tadany Cargnin dos Santos – 14 04 05)


Quesito

Nalgum rincão da antropologia
Encontra-se uma explicação para a nossa origem
Mas será que ela tem alguma teoria
Que explique a nossa diruptiva vertigem?

Nalgum rincão da psiquiatria
Encontra-se uma explicação sobre a nossa psique
Mas será que ela tem alguma teoria
Que explique a origem de nossa fé?

Nalgum rincão da psicologia
Encontra-se uma explicação para a nossa dor
Mas será que ela tem alguma teoria
Que explique a progênie do amor?

Nalgum rincão da Filosofia
Encontra-se uma explicação sobre os valores
Mas será que ela tem alguma teoria
Que explique porque foram criados os pudores?

Nalgum rincão da pedagogia
Encontra-se uma explicação sobre didática
Mas será que ela tem alguma teoria
Que explique o universo de uma maneira prática?

Nalgum rincão do dia
Encontram-se as respostas para todas estas questões
Mas será que alguém se atreveria
A usar a chave para abrir estes portões? (Tadany Cargnin dos Santos – 14 04 05)

Friday, April 08, 2005


Dúvidas e Asserções

Porque estabelecer um ritual?
Se toda a fé é onipresente
Se toda água é um lustral
Se todo o Homem é uma chama ardente

Porque viver sob o manto de um dogma?
Se todo o conhecimento é infinito
Se todo o universo é um bioma
Se todo o renascer é um atributo do espírito

Porque separar-se em nome da religião?
Se todo o futuro é longínquo
Se todo o Homem nasce irmão
Se Deus sempre será ubíquo. (Tadany Cargnin dos Santos – 08 04 05)


Sintético

Nos incomprensíveis sussurros do desconhecido
Nas fantasiadas mensagens dos sonhos
Descobri a chave que abre o elo perdido
Comprendi os mistérios que se perderam no antanho

No fogo da alma do planeta
Nas alegorias visíveis do universo
Encontrei a fórmula que manipula a ampulheta
Aprendi que todo o ser nasce absterso

Nas profundezas dos olhos
No campo energético que envolve os seres
È onde se encontram todos os abrolhos
É o sítio em que florescem todos os amores. (Tadany Cargnin dos Santos – 07 04 05)


Lacônico sobre a vida

Na ilusória ignoração da morte
Passam-se os anos
Nas esperança de uma eterna vida
Adiam-se a consecução dos planos

No entanto

Assim como o sol sempre brilha
A morte sempre chegará
Assim como um ciclo sempre fecha
A vida um dia acabará

Então

Viva com a morte ao seu lado
Morra com vida em seu coração
Labute para ter tudo realizado
Caminhe na senda da evolução. (Tadany Cargnin dos Santos – 08 04 05)

Wednesday, April 06, 2005


Porque

Porque insistem em vender a guerra
Disfarçada de vis sentimentos hodiernos
Que destroem a alma do planeta terra
E aprisionam os sentimentos ternos

Porque insistem em matar os animais
Disfarçado sobre o véu da alimentação
Criando uma nuvem de infernos astrais
Porque um animal também tem coração

Porque insistem em poluir o planeta
Disfarçado na estrada do desenvolvimento
Acelerando a velocidade da ampulheta
Da cobrança natural que chegará a qualquer momento

Porque insistem em criar vários Deuses
Disfarçados em diferentes religiões
Desconhecendo que a divina catarse
Está dentro de todos os corações

Chegará o dia em que despertaremos
Para um mundo mais coerente e humano
Onde holisticamente viveremos
Planeta, ciência, filosofia, religião e homem mundano

Porque se este dia não amanhecer
Estaremos condenados a escuridão do desalento
Onde o remorso será o único viver
Por não termos mudado no adequado momento. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CLV

Como aprenderemos o essencial
Que nos preparará para o implacável?
Como saberemos o que é real
Quando nos encontrarmos com o inevitável? (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)

Poema CLVI

Que tênue é a linha
Que separa a vontade de ajudar
Com a volúpia do dominar. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


CLIV

A pedra parece ser imóvel
E, em sua imobilidade, carrega séculos de aprendizagem
O Homem parece ser móvel
E, em sua mobilidade, carrega eras de libertinagem. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Procura-se

Perdi meu coração
Nas tristezas do quotidiano
E o que antes era um vulcão
Tornou-se um tétrico músculo mundano

E agora onde encontrarei o fogo universal
Para reacender a chama eterna
Que brilhará no físico e no astral
E pavimentará, com seu lótus, a estrada interna

Porque sem este fogo a vida não tem sentido
Como se o sol deixasse de brilhar
Aprisionando o espírito num lamaçal pútrido
Onde a alma passa o tempo a chorar. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CLIII

Se o Homem fosse inteligente
Não haveria tanta destruição
Nem mesmo tanta funesta gente
E nem sequer tanta desunião. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CLI

O Homem luta a cada segundo
Com as dores do passado
Com o futuro de seu micromundo
Com um presente inalterado. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CLII

Quando um cachorro latir
Acompanhe a direção do seu ladrar
Porque algo está para partir
Ou então para chegar. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CXLVIII

Não existe alegria que seja indefinida
Nem dor que dure para sempre
São duas faces de uma mesma vida
Que se aplica tanto ao pagão quanto ao crente. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


CL

As heranças culturais
Nos apresentam dogmas esquecidos
Reminiscências de arcaicos ancestrais
E de um tempo, sempre decaído. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CXLIX

Onde encontrar as fortalezas de cada Ser
Senão dentro de sua própria consciência
Qualquer outra busca é desmerecer
A divindade que cada um tem em sua essência. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Diva XIII

Será que um dia, consiguirei ser teu?
Será que um dia, conseguirás ser minha?
Será que um dia, reencarnará Orfeu?
Será que um dia, acordaremos na mesma manhã?

Estaremos sempre a mercê de flutuações?
Dois corpos perdidos nas dores do passado
Retraindo sofregamente suas ilusões
Infeliz psique que nos mantém aprisionado

Livre como as pétalas que voam ao vento
Viaja meu espírito ao sentir o teu calor
De repente, uma nuvem de ceticismo invade o firmamento
E transforma o prazer numa indelével dor

O abismo das percepções se depara entre nós
Um vale de atitudes se estende em nossos anseios
Conseguiremos acender nossas chamas de humanos?
Para transformamos cada encontro num veraneio

Forte como o sol, brilha o âmago do teu ser
Quente como um vulcão, arde a tua essência
Intenso como uma tempestade, é o teu querer
Suave como uma pluma, veleja o sonho da tua existência

Oxalá o encanto das ilusões
Lance sua flecha sobre o consciente
E liberte nossos esquecidos corações
Para uma noite que se eternize em cada instante

E os sonhos que um dia vagaram tristes
Com as respirações pensativas de dogmas distorcidos
Sejam reemplazados por beijos alucinantes
Com toques, respirações e amores enternecidos

Como não sabemos sobre a estrada do amanhã
Podemos aproveitar a caminhada hodierna
E, a qualquer momento, morder a maçã
Para deixar, em nossas almas, uma doce lembrança eterna. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CXLV

Todo o conhecimento é unutil
Se não for utilizado no ensinamento
De que a vida para ser fértil
Deve nos preparar para cruzar-mos as portas do firmamento. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CXLIII

Todo o Homem deveria
Durante a sua educação
Vagar pelo mundo e sua periferia
Para entender as benesses da interação. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CXLVII

Um indivíduo impregnado de virtudes
É como uma rocha firme e forte
Não existem vicissitudes
Que alterem o seu norte. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Morte

A morte estava ali observando sorridente
Homens à veneravam com respeito
Ela reinava absoluta sobre a gente
E ao seu trato não havia nenhum despeito

A morte era um ser amigo e companheiro
E como o início da vida era esperada e desejada
Para a qual existiam milhares de rituais
Que harmonicamente se realizavam à sua chegada

Assim a morte deveria ser compreendida
Como um inevitável passo à evolução
Realizado durante cada minuto da vida
Que continuará sendo feito noutra encarnação. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CXLVI

É impressionante, mas tenho que confessar
O homem, pelo sexo oposto, fica sempre muito afoito
E imagina, todas as fantasias poder realizar
Mas restringe-se, ao tedioso, no momento do coito. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)

Poema CLVII

Se o Homem soubesse o poder das palavras
Pensaria muito antes de um verbo expressar
Porque eles podem criar bárbaras entravas
Amiudamente difíceis de se desacorrentar. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)


Poema CXLIV

O Homem que, por outras terras, nunca viajou
É como um prisioneiro numa cela
Cuja visão do mundo se encarcerou
E restringiu-se ao envoltório de sua cancela. (Tadany Cargnin dos Santos – 06 04 05)

Ar

Flutuas por nossas vidas discretamente
Nos presenteia com a fonte que precisamos para viver
Contigo caminhamos eternamente
Óh! inprescindível Ar que bombeia em todo ser. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)

Observando

Os muros das fronteiras
São as mazelas de toda a irmandade
As chamas das fogueiras
São o calor da fraternidade
Os labores da abelheira
São as forças da igualdade
As notas da gaiteira
São as sinfonias da beldade
Os sucos da laranjeira
São os néctares da nutridade
Os esforços da lavradeira
São o gênesis da huminade
Os frutos da macieira
São a origem da leviandade
As profecias das feiticeiras
São as sementes da lealdade
As folhas da oliveira
São a representação da sacrificidade
Os pontos da rendeira
São as conexões da eternidade. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)

Poema CXLII

Sobre o pretexto da intelectualidade
Prolixos discursos são matizados
Sobre o pretexto da verdade
Pérfidos dogmas são profetizados. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CXL

Sigas sempre andando
Buscando encontrar a senda
E lembresse que é caminhando
Que se forma a tua estrada. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Poema CXLI

Quando uma árvore encontrares
Abraçe-a com todo o teu coração
E vagarás no leito de todos os mares
Porque a natureza é uma inseparável conexão. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)


Singelo

A onda desliza plenamente na areia
A nuvem vaga suavemente no firmamento
O sangue flui efuzivamente dentro da veia
O ar preenche a paisagem com encantamento

A água escorrega livremente pelos rios
A seiva alimenta eternamente a planta
O sol ilumina o planeta num belo adágio
A lua quando aparece, a todos encanta

A divindade cria todos estas belezas
Para o homem sentir-se completo
Encontrando no espírito da natureza
A essência que forma o quadrupleto. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)

Poema CXXXIX

A vida é a mais fiel irmã da morte
Irmandade que está nos adultos e nas crianças
Morra vida de tal sorte
Que a passagem seja apenas uma mudança. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)

Poema CXXXVIII

Se eu morrer como eu viver
Morrerei com intensidade
Se eu viver antes de morrer
Viverei por uma eternidade. (Tadany Cargnin dos Santos – 05 04 05)

Saturday, April 02, 2005

Revelação

Unirei as pontas de uma mesma corda
Soldarei as estruturas isoceles de um triângulo
Visualizarei tanto à direita quanto à esquerda
E entenderei a correspondência dos opostos ângulos

Cantarei as alegorias da alma
Constituirei uma prodigiosa trindade
Vibrarei eternamente sem calma
Aprenderei, do universo, a irrefutável verdade

Saberei em que coluna estarei sentado
Quando o meu espirito seguir viagem
Porque terei transmitido um probo legado
De sonhos, realizações e incansável aprendizagem. (Tadany Cargnin dos Santos – 30 03 05)